segunda-feira, agosto 19, 2013

Desafios para a formação profissional no SUS




Na tentativa de escrever minha fala no I Fórum da Rede Escola, que ocorreu no dia 16 de agosto na Universidade Federal da Paraíba, segue abaixo minha contribuição para o debate, limitado por casa dos poucos 10 minutos, porém tentei provocar ao máximo. Quem trouxe o vídeo, foi a querida Professora Juliana Sampaio, mas como é excelente, cabe também socializá-lo aqui.


"Bom dia a todos/as. Gostaria de saudar a mesa e plenária.
Minha fala será bastante rápida devido ao tempo, e vou dividi-la em três tópicos que acho fundamental.

          1) 


  1. Bem, não temos como falar de desafios da formação profissional para o SUS se não situarmos dentro de uma conjuntura macro-política em que vivemos na atualidade.
  2. Hoje, a saúde pública vive um subfinanciamento perverso, e ainda hoje grande parte dos gastos para a saúde "suplementar" privada.
  3. Soma-se a isso a precarização do ensino superior, no público e no privado. A UFPB em seu campus IV, encontra-se em greve deste 09 de julho. O HU com o seu bloco cirúrgico fechado, RU co número bem reduzido e ainda número excessivo de estudantes por docente.
  4. Ainda mais, temos tanto na Saúde, quanto na Educação, a hegemonia do privado. E coloca-se em cheque a velha conhecida nossa, a disputa e tensão entre público x privado.
  5. Dizendo isso, não estou criando um divisionismo, mas é importante entender que isso não significa que as escolas privadas aqui presentes são ruins necessariamente.
  6. Se trata que educação é direito e não mercadoria. O Estado deve garantir ensino público de qualidade para todos/as.
  7. O problema real é a hegemonia do mercado sobre o público.
  8. Ainda nessa tensão, temos a venda de campos de estágios. Por exemplo, estudantes de medicina da UFPB são "convidados" a se retirar dos campos porque os preceptores não recebem. Não podemos deixar que o estágio se troque uma simples mercadoria. Assim, a "concorrência" do publico com o privado é desleal e anti-ética.

    2)
  9. Temos uma formação que é uma verdadeira grande curricular. Talvez isso explique o número bem reduzido  de estudantes participando deste fórum hoje.
  10. O que temos é uma formação moldada numa pseudo-intelectualidade. Onde fica-se preso a 3 avaliação semestrais que nada avaliam, a um produtivismo acadêmico cruel e a um bom currículo lattes.
  11. Vale mais produzir artigos e fazer pesquisas que já sabemos o resultados do que cumprir com a função social da universidade e ter um compromisso teórico e político com o SUS.
  12. Outro ponto ainda dialogando com este tópico é que tanto no ensino privado, como no público com menos intensidade,  a formação não é voltada para a atuação na saúde pública e no SUS, e muito menos para a atenção básica de prevenção e promoção em saúde.
  13. Ainda soma-se a isso a dificuldade de desde a formação profissional não trabalharmos a intersetorialidade e uma práxis transversal que dê conta da integralidade necessária ao usuário. Como exigir isso no processo de trabalho? Bem, nem preciso falar sobre a necessidade do controle social, a maioria nem sabe o que é de fato um conselho de política pública.
  14. Têm-se ainda o desfio da formação continuada/permanente dos profissionais que já atuam nos serviços. É preciso trabalhar com a necessária e urgente reorientação do processo de trabalho.

    3)
  15. Para tentar concluir, é preciso DEMOCRATIZAR!
  16. Tanto o SUS, na gestão, serviços e conselhos.
  17. A universidade (projetos pedagógicos, instâncias)
  18. é preciso, enfim, queimar literalmente as cadeiras. Romper com as estruturas de poder e modelos tradicionais.
  19. Já problematizamos bastante, sem dúvida, nada do que eu disse é novidade, precisamos buscar novas estratégias.
  20. Essas estratégias vem a partir de mais diálogo, mais criatividade, mais socialização  mais participação.
  21. A saída, sem dúvidas, é coletiva.

Vamos construir a saúde pública de todos/as nós.

Shellen Galdino
Estudante de Serviço Social da UFPB, e do PET-Saúde (EDUCAÇÃO PERMANENTE).



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segunda-feira, agosto 19, 2013

Desafios para a formação profissional no SUS




Na tentativa de escrever minha fala no I Fórum da Rede Escola, que ocorreu no dia 16 de agosto na Universidade Federal da Paraíba, segue abaixo minha contribuição para o debate, limitado por casa dos poucos 10 minutos, porém tentei provocar ao máximo. Quem trouxe o vídeo, foi a querida Professora Juliana Sampaio, mas como é excelente, cabe também socializá-lo aqui.


"Bom dia a todos/as. Gostaria de saudar a mesa e plenária.
Minha fala será bastante rápida devido ao tempo, e vou dividi-la em três tópicos que acho fundamental.

          1) 


  1. Bem, não temos como falar de desafios da formação profissional para o SUS se não situarmos dentro de uma conjuntura macro-política em que vivemos na atualidade.
  2. Hoje, a saúde pública vive um subfinanciamento perverso, e ainda hoje grande parte dos gastos para a saúde "suplementar" privada.
  3. Soma-se a isso a precarização do ensino superior, no público e no privado. A UFPB em seu campus IV, encontra-se em greve deste 09 de julho. O HU com o seu bloco cirúrgico fechado, RU co número bem reduzido e ainda número excessivo de estudantes por docente.
  4. Ainda mais, temos tanto na Saúde, quanto na Educação, a hegemonia do privado. E coloca-se em cheque a velha conhecida nossa, a disputa e tensão entre público x privado.
  5. Dizendo isso, não estou criando um divisionismo, mas é importante entender que isso não significa que as escolas privadas aqui presentes são ruins necessariamente.
  6. Se trata que educação é direito e não mercadoria. O Estado deve garantir ensino público de qualidade para todos/as.
  7. O problema real é a hegemonia do mercado sobre o público.
  8. Ainda nessa tensão, temos a venda de campos de estágios. Por exemplo, estudantes de medicina da UFPB são "convidados" a se retirar dos campos porque os preceptores não recebem. Não podemos deixar que o estágio se troque uma simples mercadoria. Assim, a "concorrência" do publico com o privado é desleal e anti-ética.

    2)
  9. Temos uma formação que é uma verdadeira grande curricular. Talvez isso explique o número bem reduzido  de estudantes participando deste fórum hoje.
  10. O que temos é uma formação moldada numa pseudo-intelectualidade. Onde fica-se preso a 3 avaliação semestrais que nada avaliam, a um produtivismo acadêmico cruel e a um bom currículo lattes.
  11. Vale mais produzir artigos e fazer pesquisas que já sabemos o resultados do que cumprir com a função social da universidade e ter um compromisso teórico e político com o SUS.
  12. Outro ponto ainda dialogando com este tópico é que tanto no ensino privado, como no público com menos intensidade,  a formação não é voltada para a atuação na saúde pública e no SUS, e muito menos para a atenção básica de prevenção e promoção em saúde.
  13. Ainda soma-se a isso a dificuldade de desde a formação profissional não trabalharmos a intersetorialidade e uma práxis transversal que dê conta da integralidade necessária ao usuário. Como exigir isso no processo de trabalho? Bem, nem preciso falar sobre a necessidade do controle social, a maioria nem sabe o que é de fato um conselho de política pública.
  14. Têm-se ainda o desfio da formação continuada/permanente dos profissionais que já atuam nos serviços. É preciso trabalhar com a necessária e urgente reorientação do processo de trabalho.

    3)
  15. Para tentar concluir, é preciso DEMOCRATIZAR!
  16. Tanto o SUS, na gestão, serviços e conselhos.
  17. A universidade (projetos pedagógicos, instâncias)
  18. é preciso, enfim, queimar literalmente as cadeiras. Romper com as estruturas de poder e modelos tradicionais.
  19. Já problematizamos bastante, sem dúvida, nada do que eu disse é novidade, precisamos buscar novas estratégias.
  20. Essas estratégias vem a partir de mais diálogo, mais criatividade, mais socialização  mais participação.
  21. A saída, sem dúvidas, é coletiva.

Vamos construir a saúde pública de todos/as nós.

Shellen Galdino
Estudante de Serviço Social da UFPB, e do PET-Saúde (EDUCAÇÃO PERMANENTE).



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