terça-feira, dezembro 08, 2009

O trabalho como mercadoria

A trajetória do trabalho

            O trabalho, como transformador de uma realidade, sempre fez parte da natureza do Homo sapiens sapiens. Dessa forma, abordár0lo como mercadoria vai nos remeter a uma viagem pela história da humanidade, pois o trabalho está presente nas sociedades mais antigas, ou seja, está presente nas relações sociais mesmo antes do advento do capitalismo.
Vamos reiniciar o trajeto percorrido pela evolução do trabalho a partir de algumas considerações acerca das sociedades escravocratas.

    
A evolução do trabalho humano

                Em sociedades escravistas, o trabalho e aqueles que o executavam eram tidos como propriedades de um senhor, cuja situação incluía o comando tanto da força de trabalho de seus escravos quanto dos direitos de ir e vir e de viver dos mesmos.
            Uma situação muito semelhante acorria nos sistemas feudais de organização social, em que o trabalho era trocado por segurança e moradia. Nesse caso, o senhor feudal exercia um papel detentor dos direitos dos camponeses que trabalhavam em sua propriedade. Contudo, relação entre senhores feudais e camponeses abrigados nos feudos era consideravelmente diferente da relação senhor/escravo: o camponês não ficava enclausurado, não era comprado e nem vendido como uma mercadoria.
            Somente com o declínio do sistema feudal e a formação dos burgos (local onde se deu o inicio das atividades de escambo [troca] no período da decadência do feudalismo) é que a categoria trabalho começou a ganhar as dimensões que conhecemos no dia de hoje.
            Com o fim do sistema feudal e a formação dos estados nacionais absolutistas (o monarca é soberano absoluto e inquestionável), o trabalhador passou a ser visto de uma maneira diferente. Vale lembrar que somente era considerado trabalho as ações de profissionais liberais (ele próprio estabelece sua rotina de trabalho) e militares, além, é lógico, das ações políticas que estavam intimamente ligadas à manutenção do latifúndio (porção de terra considera grande para padrões do país/região) e da monarquia (o líder é escolhido por sucessão hereditária).
            A instauração de uma forma de governo centralizada favoreceu o surgimento de uma classe social que, sem dúvida, iria tornar-se mais importante da história: a burguesia (proprietários dos meios de produção). A partir do momento em que a estrutura burguesa substituiu a feudal, o caráter mercadológico do trabalho ganhou força e dimensão, formando uma dupla implacável nas relações trabalhistas: mão-de-obra e empregador, não proprietários e proprietários, dominados e dominantes, oprimidos e opressores.
            Fazer parte da classe trabalhadora (mão-de-obra), naquele momento desenvolveu a humanidade, significava ser à base da construção social, pois sem o trabalhador não existiriam mercadorias. No entanto, essa classe não era autônoma, e sim explorada pela burguesia na venda de sua força de trabalho.
            A gênese (origem) do sistema capitalista está pautada na elaboração de bens de produção (mercadorias utilizadas para produzir mais mercadorias) e bens de consumo (mercadorias destinadas ao consumo direto). Tal conjuntura (combinação ou concorrência de acontecimentos em um dado momento) denominamos base material das relações humanas. Dessa forma, as relações entre os seres humanos foram sendo estruturadas de acordo com os moldes capitalistas.
RESUMO

            Então o que é o trabalho? O trabalho é uma atividade exclusivamente humana, pois só o homem transforma a realidade de maneira sistemática e reflexiva, trabalhar é modificar a realidade usando suas potencialidades humanas. Podemos dizer que a sociedade em que vivemos é a “sociedade do trabalho”.
            Muito se fala de uma mudança na estrutura do trabalho, dando a ele um caráter mercadológico, e a classe que foi responsável por essa mudança foi á burguesa. E o pano de fundo que facilitou essa mercadologização do trabalho foi o Capitalismo. Caso se a classe trabalhadora em um processo revolucionário abandonasse suas funções produtivas, o sistema entra em colapso, mas sendo ela a base da sociedade por que a classe trabalhadora não é autônoma?  Por que eles vendem sua força de trabalho em troca de seu sustento. Os trabalhadores são explorados por não possuírem outra escolha e necessitarem dos ganhos para sustentar a família.
            A produção de bens de produção e consumo configura-se em um processo imprescindível para a formação d sociedade atual, e a denominação a essa estrutura é Base Material das Relações Humanas

3 comentários :

  1. O mundo do trabalho vive um momento de crescente complexidade, fragmentação e redefinição. O fenômeno da
    terceirização é um aspecto dessa reconstrução.

    Sua principal característica é a desvinculação entre as figuras
    do trabalhador e do empregador. O direito do trabalho
    clássico nasceu com uma clara natureza bipolar: num dos lados da relação, está o trabalhador, aquele que empresta
    suas próprias habilidades (por meio da força física ou de alguma atividade intelectual) em troca de uma contraprestação pecuniária, normalmente chamada de salário. No outro lado, está o empregador, aquela pessoa (física ou jurídica) a quem o trabalhador se subordina e que é responsável pelo pagamento
    decorrente da concessão da sua força de trabalho. Essa bipartição esteve associada ao direito do trabalho desde o seu
    surgimento, quer pela origem contratual das primeiras relações
    de trabalho, quer pela rigidez da divisão entre papéis que se verificou na organização da sociedade industrial a partir do século XIX.

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terça-feira, dezembro 08, 2009

O trabalho como mercadoria

A trajetória do trabalho

            O trabalho, como transformador de uma realidade, sempre fez parte da natureza do Homo sapiens sapiens. Dessa forma, abordár0lo como mercadoria vai nos remeter a uma viagem pela história da humanidade, pois o trabalho está presente nas sociedades mais antigas, ou seja, está presente nas relações sociais mesmo antes do advento do capitalismo.
Vamos reiniciar o trajeto percorrido pela evolução do trabalho a partir de algumas considerações acerca das sociedades escravocratas.

    
A evolução do trabalho humano

                Em sociedades escravistas, o trabalho e aqueles que o executavam eram tidos como propriedades de um senhor, cuja situação incluía o comando tanto da força de trabalho de seus escravos quanto dos direitos de ir e vir e de viver dos mesmos.
            Uma situação muito semelhante acorria nos sistemas feudais de organização social, em que o trabalho era trocado por segurança e moradia. Nesse caso, o senhor feudal exercia um papel detentor dos direitos dos camponeses que trabalhavam em sua propriedade. Contudo, relação entre senhores feudais e camponeses abrigados nos feudos era consideravelmente diferente da relação senhor/escravo: o camponês não ficava enclausurado, não era comprado e nem vendido como uma mercadoria.
            Somente com o declínio do sistema feudal e a formação dos burgos (local onde se deu o inicio das atividades de escambo [troca] no período da decadência do feudalismo) é que a categoria trabalho começou a ganhar as dimensões que conhecemos no dia de hoje.
            Com o fim do sistema feudal e a formação dos estados nacionais absolutistas (o monarca é soberano absoluto e inquestionável), o trabalhador passou a ser visto de uma maneira diferente. Vale lembrar que somente era considerado trabalho as ações de profissionais liberais (ele próprio estabelece sua rotina de trabalho) e militares, além, é lógico, das ações políticas que estavam intimamente ligadas à manutenção do latifúndio (porção de terra considera grande para padrões do país/região) e da monarquia (o líder é escolhido por sucessão hereditária).
            A instauração de uma forma de governo centralizada favoreceu o surgimento de uma classe social que, sem dúvida, iria tornar-se mais importante da história: a burguesia (proprietários dos meios de produção). A partir do momento em que a estrutura burguesa substituiu a feudal, o caráter mercadológico do trabalho ganhou força e dimensão, formando uma dupla implacável nas relações trabalhistas: mão-de-obra e empregador, não proprietários e proprietários, dominados e dominantes, oprimidos e opressores.
            Fazer parte da classe trabalhadora (mão-de-obra), naquele momento desenvolveu a humanidade, significava ser à base da construção social, pois sem o trabalhador não existiriam mercadorias. No entanto, essa classe não era autônoma, e sim explorada pela burguesia na venda de sua força de trabalho.
            A gênese (origem) do sistema capitalista está pautada na elaboração de bens de produção (mercadorias utilizadas para produzir mais mercadorias) e bens de consumo (mercadorias destinadas ao consumo direto). Tal conjuntura (combinação ou concorrência de acontecimentos em um dado momento) denominamos base material das relações humanas. Dessa forma, as relações entre os seres humanos foram sendo estruturadas de acordo com os moldes capitalistas.
RESUMO

            Então o que é o trabalho? O trabalho é uma atividade exclusivamente humana, pois só o homem transforma a realidade de maneira sistemática e reflexiva, trabalhar é modificar a realidade usando suas potencialidades humanas. Podemos dizer que a sociedade em que vivemos é a “sociedade do trabalho”.
            Muito se fala de uma mudança na estrutura do trabalho, dando a ele um caráter mercadológico, e a classe que foi responsável por essa mudança foi á burguesa. E o pano de fundo que facilitou essa mercadologização do trabalho foi o Capitalismo. Caso se a classe trabalhadora em um processo revolucionário abandonasse suas funções produtivas, o sistema entra em colapso, mas sendo ela a base da sociedade por que a classe trabalhadora não é autônoma?  Por que eles vendem sua força de trabalho em troca de seu sustento. Os trabalhadores são explorados por não possuírem outra escolha e necessitarem dos ganhos para sustentar a família.
            A produção de bens de produção e consumo configura-se em um processo imprescindível para a formação d sociedade atual, e a denominação a essa estrutura é Base Material das Relações Humanas

3 comentários :

  1. O mundo do trabalho vive um momento de crescente complexidade, fragmentação e redefinição. O fenômeno da
    terceirização é um aspecto dessa reconstrução.

    Sua principal característica é a desvinculação entre as figuras
    do trabalhador e do empregador. O direito do trabalho
    clássico nasceu com uma clara natureza bipolar: num dos lados da relação, está o trabalhador, aquele que empresta
    suas próprias habilidades (por meio da força física ou de alguma atividade intelectual) em troca de uma contraprestação pecuniária, normalmente chamada de salário. No outro lado, está o empregador, aquela pessoa (física ou jurídica) a quem o trabalhador se subordina e que é responsável pelo pagamento
    decorrente da concessão da sua força de trabalho. Essa bipartição esteve associada ao direito do trabalho desde o seu
    surgimento, quer pela origem contratual das primeiras relações
    de trabalho, quer pela rigidez da divisão entre papéis que se verificou na organização da sociedade industrial a partir do século XIX.

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